Como nunca antes na história deste país, Luiz Inácio Lula da Silva esbanja de sua popularidade mundial. Apesar da última pesquisa realizada pelo Datafolha registrar uma queda de 70% para 65% da aprovação ao seu governo, o olhar externo reflete uma realidade um tanto quanto diferente.
Seu tom pacífico nas pautas internacionais, que incluem desde a aprovação da Venezuela no bloco Mercosul ao envio de exércitos brasileiros para uma missão de paz no Haiti, despertaram atenção nas hegemonias mundiais. Não é a toa que Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, o reverenciou no último encontro que tiveram.
A estagnação interna do Brasil, exemplificadas pelas abusivas ocorrências de corrupção e superfaturamento de obras governamentais, passam como meros casos isolados mediante à importância da cordialidade de Lula nos assuntos internacionais. Essa nova visão do Brasil pode ser uma saliência da política externa de FHC, que criava oportunidades para um livre mercado, mas é baseada através das referências de um presidente único - ao mesmo tempo astuto e ingênuo falastrão.
O mundo vive um clima de tensão, principalmente na busca astronômica de recursos naturais para sustentar a crescente população mundial. A irreversibilidade do aquecimento global acirrou ainda mais essa prioridade e tensionou algumas potências do petróleo, que podem ver seus cofres se esvaziando com essa nova 'caça global'. A crise mundial anunciada no último 15 de setembro também criou novas perspectivas de socorro para os países desenvolvidos.
Com isso, emergentes como Brasil, China e Índia ganham cada vez mais relevância nas decisões político-econômicas do globo. Brasil, por ser o país mais dependente de recursos naturais, tem uma inflência enorme nas discussões sobre biocombustíveis, exportação de carnes bovinas e agronegócios. E a personalidade por vezes magistral de Lula reforça sua importância pacífica para assuntos bilaterais estratégicos - um dos slogans da campanha de Obama.
A América Latina é palco de crise de identidades ideológicas e conflitos triviais entre alguns de seus líderes, esquerdistas ou não. A imprensa vive esculachando o governo de Hugo Chávez por aprovar uma emenda que permite sua reeleição após os oito anos de mandato; Álvaro Uribe e Rafael Corrêa tiveram um desentendimento graças à invasão colombiana no Equador para capturar refugiados das FARC; Evo Morales já criou barreiras protecionistas para o consumo do gás boliviano por parte dos brasileiros que moram nas áreas fronteiriças. E que papel o Brasil vem desempenhando? Amparar estes países e procurar a solução para os problemas de modo que não afete a correlação política do Mercosul - e não arranje problemas com os vizinhos a fim de evitar a intensificação desses conflitos.
Essa é uma política que vem atraindo Obama. Porque os líderes notórios como Chávez e o próprio Rafael Castro, irmão do guerrilheiro Fidel e autoridade máxima em Cuba, podem facilitar um diálogo produtivo com os Estados Unidos. Ambos países repudiavam o governo Bush e sua ignorância nas relações com as nações latino-americanas.
Mas agora é diferente. Obama preconiza a união diplomática com a América Latina e vê em Lula um importante aliado para esta conquista. Não é mais a política anti-terrorista que está em pauta, mas o conserto dos estragos políticos, econômicos e sociais causado pela negligência de Bush.
O tom paciente, recíproco e afável de Lula nos assuntos internacionais despontam a proeminência brasileira no mundo. Ganha o país, que poderá ser melhor interpretado pelo olhar estrangeiro e terá mais importância na solução dos problemas que realmente interessam ao mundo. Falta saber quais são as estratégias a longo prazo dos países desenvolvidos em aliarem-se ao Brasil. Como foi dito, somos independentes no abastecimento interno (e ainda sobra para o externo) com nossa riqueza de recursos naturais; não priorizamos o fortalecimento bélico, mas temos um exército capaz de defender a seguridade nacional.
Entretanto, a ampla multiplicidade cultural que o país abriga pode ser passível a uma exploração estrangeira estrategicamente planejada, que soma a internacionalização da Amazônia, a crescente submissão trabalhista aos turistas e uma possível falta de atenção ao guarnecimento de propriedades intelectuais do Brasil. Como se vê, nem sempre a política externa dissolve a problemática em relação aos assuntos estrangeiros - e olha que nem menciono a miséria, a péssima distribuição de renda e a excessividade de corrupção que aqui assolam.
O futuro é incerto e pode causar consequências drásticas ao país se todos esses contornos não forem devidamente revistos. Lula vem se destacando no cenário e pode criar um mundo com uma cara mais brasileira. Mas, como Sérgio Buarque já teorizou em Raízes do Brasil, a cordialidade pode se tornar um problema, tanto para relações internas quanto externas, por não priorizar o conhecimento intelectual dos assuntos que o rondam - algo que Lula, infelizmente, deixa de fazer. Aquele velho jargão: ninguém é perfeito.
Veja a paródia que fizeram com a aparição do presidente Lula no South Park:
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Seu tom pacífico nas pautas internacionais, que incluem desde a aprovação da Venezuela no bloco Mercosul ao envio de exércitos brasileiros para uma missão de paz no Haiti, despertaram atenção nas hegemonias mundiais. Não é a toa que Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, o reverenciou no último encontro que tiveram.
A estagnação interna do Brasil, exemplificadas pelas abusivas ocorrências de corrupção e superfaturamento de obras governamentais, passam como meros casos isolados mediante à importância da cordialidade de Lula nos assuntos internacionais. Essa nova visão do Brasil pode ser uma saliência da política externa de FHC, que criava oportunidades para um livre mercado, mas é baseada através das referências de um presidente único - ao mesmo tempo astuto e ingênuo falastrão.
O mundo vive um clima de tensão, principalmente na busca astronômica de recursos naturais para sustentar a crescente população mundial. A irreversibilidade do aquecimento global acirrou ainda mais essa prioridade e tensionou algumas potências do petróleo, que podem ver seus cofres se esvaziando com essa nova 'caça global'. A crise mundial anunciada no último 15 de setembro também criou novas perspectivas de socorro para os países desenvolvidos.
Com isso, emergentes como Brasil, China e Índia ganham cada vez mais relevância nas decisões político-econômicas do globo. Brasil, por ser o país mais dependente de recursos naturais, tem uma inflência enorme nas discussões sobre biocombustíveis, exportação de carnes bovinas e agronegócios. E a personalidade por vezes magistral de Lula reforça sua importância pacífica para assuntos bilaterais estratégicos - um dos slogans da campanha de Obama.
A América Latina é palco de crise de identidades ideológicas e conflitos triviais entre alguns de seus líderes, esquerdistas ou não. A imprensa vive esculachando o governo de Hugo Chávez por aprovar uma emenda que permite sua reeleição após os oito anos de mandato; Álvaro Uribe e Rafael Corrêa tiveram um desentendimento graças à invasão colombiana no Equador para capturar refugiados das FARC; Evo Morales já criou barreiras protecionistas para o consumo do gás boliviano por parte dos brasileiros que moram nas áreas fronteiriças. E que papel o Brasil vem desempenhando? Amparar estes países e procurar a solução para os problemas de modo que não afete a correlação política do Mercosul - e não arranje problemas com os vizinhos a fim de evitar a intensificação desses conflitos.
Essa é uma política que vem atraindo Obama. Porque os líderes notórios como Chávez e o próprio Rafael Castro, irmão do guerrilheiro Fidel e autoridade máxima em Cuba, podem facilitar um diálogo produtivo com os Estados Unidos. Ambos países repudiavam o governo Bush e sua ignorância nas relações com as nações latino-americanas.
Mas agora é diferente. Obama preconiza a união diplomática com a América Latina e vê em Lula um importante aliado para esta conquista. Não é mais a política anti-terrorista que está em pauta, mas o conserto dos estragos políticos, econômicos e sociais causado pela negligência de Bush.
O tom paciente, recíproco e afável de Lula nos assuntos internacionais despontam a proeminência brasileira no mundo. Ganha o país, que poderá ser melhor interpretado pelo olhar estrangeiro e terá mais importância na solução dos problemas que realmente interessam ao mundo. Falta saber quais são as estratégias a longo prazo dos países desenvolvidos em aliarem-se ao Brasil. Como foi dito, somos independentes no abastecimento interno (e ainda sobra para o externo) com nossa riqueza de recursos naturais; não priorizamos o fortalecimento bélico, mas temos um exército capaz de defender a seguridade nacional.
Entretanto, a ampla multiplicidade cultural que o país abriga pode ser passível a uma exploração estrangeira estrategicamente planejada, que soma a internacionalização da Amazônia, a crescente submissão trabalhista aos turistas e uma possível falta de atenção ao guarnecimento de propriedades intelectuais do Brasil. Como se vê, nem sempre a política externa dissolve a problemática em relação aos assuntos estrangeiros - e olha que nem menciono a miséria, a péssima distribuição de renda e a excessividade de corrupção que aqui assolam.
O futuro é incerto e pode causar consequências drásticas ao país se todos esses contornos não forem devidamente revistos. Lula vem se destacando no cenário e pode criar um mundo com uma cara mais brasileira. Mas, como Sérgio Buarque já teorizou em Raízes do Brasil, a cordialidade pode se tornar um problema, tanto para relações internas quanto externas, por não priorizar o conhecimento intelectual dos assuntos que o rondam - algo que Lula, infelizmente, deixa de fazer. Aquele velho jargão: ninguém é perfeito.
Veja a paródia que fizeram com a aparição do presidente Lula no South Park:
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