segunda-feira, 20 de abril de 2009

O incômodo da verdade atroz

Por questões ideológicas, a ONU mais uma vez deixa transparecer seu ocultismo perante às atrocidades que ocorrem no Oriente Médio. Por ser um órgão americano, ela jamais desviará os objetivos da Terra do Tio Sam para priorizar a paz mundial.

Mahmoud Ahmadinejad, o alvo das sanções do século, foi acusado de 'racismo' por condenar a 'política repressiva' de Israel sobre a Palestina. Como resposta, foi vaiado por alguns presentes na conferência e 'largado de mão' pelos representantes da União Europeia. "Nós, como os outros embaixadores, seguimos o conselho da presidência (checa) da União (Europeia), que dizia que quando escutássemos comentários não aceitáveis para a Europa, abandonássemos a sala. O presidente (Ahmadinejad) falou de um Estado racista, e por isso fomos embora", respondeu Javier Garrigues, embaixador espanhol da ONU, segundo o jornal El País.

O que intriga é saber como o peso da verdade cai como uma bigorna. Além de criticar a política opressiva de Israel, Ahmadinejad culpou a ONU por "receber com silêncio os crimes desse regime, como os recentes bombaredeios contra civis em Gaza". Israel já matou mais de 1.400 palestinos na região, dos quais conta-se mais de 900 civis.

Só que a ONU, com uma atitude similar às corporações patriotas, não trata de avaliar o fato e joga o lençol como se nada tivesse acontecido. Como se sabe, os judeus ajudaram na construção da intelectualidade americana e foram acolhidos pelos ianques durante o holocausto nazista da Segunda Guerra Mundial. Não cabe aqui discutir a cultura e religião judaica, tampouco julgá-la sob qualquer aspecto. O que deve ser reforçado é: os Estados Unidos deram Israel de presente para os judeus, e eles tomaram a terra da Palestina com a bandeira da ocupação territorial.

Israel tem armamento de peso para impedir a invasão do Hamas na Faixa. O local é território de disputa por abrigar Jerusalém, denominada Terra Santa da torá, bíblia dos judeus. Com o argumento de combater a facção do Hamas, os israelenses mantém um exército equipado de metralhadoras de última geração contra 'armas improvisadas' de alguns civis palestinos que ocupam a região - entenda-se pau, pedaço de madeira, pedras...

Com a aprovação de Binyamin Nitanyahu como primeiro-ministro do país, um acordo pacífico para a região torna-se cada vez mais inviável. Ele faz parte do partido direitista Likud, que admite utilizar todas as forças possíveis para combater o Hamas.

Em uma tentativa, a ONU acusou Israel de usar crianças como escudo na luta contra a facção palestina. Só que o governo israelense pediu arquivamento do caso, por ser uma informação 'infundada'. Fim de papo.

E o militarismo israelense pode crescer ainda mais, aumentando, consequentemente, o número de mortos na área de conflito. Antes de ser eleito, Barack Obama prometeu uma quantia de 30 bilhões de dólares como 'assistência militar' a Israel. Esta declaração foi feita antes da crise econômica, mas dá para perceber que o tom de apoio a esse terror continuará presente.

E se chamam Ahmadinejad de 'racista', obviamente é porque ele não teme a ameaça bélica da região. Israel vive pedindo sanções para que impeçam o avanço do enriquecimento do urânio, usado para a fabricação de bombas atômicas, no Irã. Há tempos judeus e árabes não se batem no Oriente Médio, e o sucesso dos iranianos com o armamento ameaçaria a hegemonia bélica de Israel naquele fragmento geográfico.

A forma de 'protesto' de algumas autoridades presentes na conferência da ONU demonstra o quão preocupados os países desenvolvidos estão com aquela região de massacre diário. Israel leva vantagem quilométrica em relação aos países de origem árabe na conquista de suas prioridades. Enquanto isso, Irã tenta dar um passo para se tornar um gigante perante às ameaças israelenses. Já Palestina e Afeganistão, sem forças, influências ou conquistas, rezam para que a barbárie abandone seus territórios.

Se depender das autoridades da ONU, tudo ficará como está. O tom desafiador de Ahmadinejad é alvo de repugnância por parte da União Europeia. Ele pode ser condenado pelo que for (inclusive com o apoio da imprensa), mas não por ocultar a verdade diante de gente grande. Isso, de certa forma, parece não ser aceitável para Europa e alguns países desenvolvidos.

Mau começo.

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