Creio que todo cidadão tem o direito de mudar de opinião. Às vezes, quando colocamos algumas ideias na cabeça, deixamos de ouvir as vozes divergentes para que nossa opinião ganhe consistência e fique preservada pelo menos no nosso imaginário. Em outras palavras, por teimosia deixamos passar alguns bons momentos para não entrar num conflito com nosso próprio ego.

Quem lê esta página há algum tempo, sabe que vivo argumentando que o rock morreu. Tomando emprestado o clássico refrão de Raul Seixas, justifico minha "Metamorfose Ambulante" com alguns personagens que vêm moldando o ritmo musical da atualidade, como o faz o grupo Them Crooked Vultures.

Não tinha como dar errado. O projeto é tocado por nada menos que grandes mentes do rock atual: Josh Homme (guitarra e vocais), do Queens of The Stone Age, produtor do novo álbum do Arctic Monkeys e uma das grandes influências do gênero na atualidade; Dave Grohl (bateria), frontman do Foo Fighters, parceiro de Homme na gravação de "Songs For The Deaf", do QOTSA, e ex-baterista dos reis do grunge Nirvana; e John Paul Jones, ninguém menos que o baixista da legendária banda britânica Led Zeppelin.

O álbum homônimo do grupo foi lançado ano passado e foi considerado o segundo melhor lançamento fonográfico de 2009 pela revista Rolling Stone brasileira.

Só tem rock pesado. Já inicia com "Nobody Loves Me & Neither Do I", que tem um riff barulhento que foge de qualquer vertente sonora das já exploradas pelos grupos de cada integrante. A maior influência que se vê nesses projetos, talvez, seja mesmo o Led Zeppelin, por razões que dispensam qualquer comentário - afinal, LZ já serviu de força motriz pra muita banda de rock.

Já adianto dizendo que todas as músicas do álbum são boas. As que se destacam são: "New Fang", que inicia com uma bateria pesada à lá Nirvana e é pontuada por riffs pausados que caracterizam o estilo agressivo de Josh Homme nas guitarras; "Elephants", uma faixa visceral que é trabalhada em duas velocidades, dando-lhe um tom de impulsão e, ao mesmo tempo, repulsa; e "Gunman", que começa com um toque meio sulista que relembra trilhas sonoras do faroeste e, abruptamente, cede a uma sonoridade indie que retrata sobre as mazelas da guerra e do pensamento tirânico na pele de um jovem soldado. 

Isso sem falar das ótimas "Reptiles", "Bandoliers" e "Scumbag Blues". 

Convido todos os atemporais a ouvirem esse som. Abaixo, Them Crooked Vultures toca "Elephants", nos Estados Unidos:



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