Finalmente foi lançado meu livro digital pela
Mojo Books. O site funciona como uma editora digital que permite autores criarem uma história fictícia, tendo um álbum como inspiração. Na história, não podem estar mencionados os nomes das músicas, os artistas e nem as letras.


O álbum Fun House, dos Stooges, foi o ponto de partida para meu livro digital, que contém 23 páginas em PDF. (Ah, também escrevi sobre a importância dos Stooges no movimento Punk aqui e aqui.)

Recomendo que, enquanto estiverem lendo, escutem o álbum Fun House, que segue abaixo. Isso se vocês gostarem de rock pesado. Senão, dispensem a audição e prestem atenção na literatura. Boa leitura e boa audição!




Abaixo, segue um trecho do primeiro capítulo:

— Droga! Que vagabunda! — era a exaltação de Hermes toda vez que tomava um inesperado fora de uma garota.

Ele era estupidamente tímido, um verdadeiro contraponto aos seus ousados planos de vida. Acabara de entrar para a fase adulta com intenção de se formar em Medicina e especializar-se em Oftalmologia. Nem ele sabia o motivo, razão ou circunstância dessa escolha. Queria porque queria, simples assim.

Infelizmente, seu desejo não se realizaria na prática. Pouco tempo depois iniciaria a faculdade de Rádio/TV.

Também tinha vontade de casar, ter filhos, esses ilusórios desejos de ingênuos sonhadores. Mais uma vez, veria seus planos irem pra sarjeta. Tomou como filosofia de vida o conselho de uma prostituta, que engravidara por se esquecer de tomar o anticoncepcional após uma trepada selvagem.

Imbecil seria o melhor adjetivo para julgar este rapaz. Só tinha transado uma vez na vida porque uma garota do colégio achava que ele tinha carro. Só foi descobrir a farsa depois de ter feito sexo com ele. Que experiência horrível!

Em seus devaneios, começou a analisar a porcaria que era sua vida e tentou achar um culpado. Seria Linda, por quem era cegamente apaixonado? Sua mãe, por não ensinar, desde criança, a lidar com a brutalidade dos acontecimentos? Pequeno Príncipe? Os vinis de blues do seu avô?

Tomou uma atitude precoce: foi procurar Walter. Walter fazia o tipo doidão. Plantava secretamente cannabis no sítio de seu tio para vender no bairro. Tinha contatos com renomados traficantes e conseguia, a preço de bagatela, a droga que seus clientes quisessem consumir. Pegava mais barato nas bocadas e vendia a um preço mais elevado para ”seus parceiros”.

— Tem pó?

— De cinco ou de sete?

— Me dá logo o de sete?

— Está na mão! Conhece quem gosta da seringa?

— Hum… eu! Por quanto? — disse subitamente Hermes.

— Dez em dose dobrada pra você.

— Fechou!


Para ler o livro, que está em formato PDF, clique aqui.

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3 Atemporalizados:

Ricardo Soares disse...

Com atraso vim agradecer suas visitas ao meu blog e dizer que gostei do seu e da idéia do livro digital... volte sempre... aquele abraço

Ricardo Soares disse...

ahhh... vi que estou linkado e te linkei tb...abs

Tiago Ferreira da Silva disse...

Ricardo,
Também agradeço sua visita e estendo o convite: volte sempre!
Abraço!

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